segunda-feira, 5 de julho de 2010

Saia do Armário!

Nesse fim de semana finalmente assisti o filme Milk - A Voz da Igualdade, que aliás, deveria ser obrigatório para todos os gays e lésbicas. Muito do que temos de respeito e direitos nos dias de hoje é graças a luta iniciada por ele na década de 70. O sentimento ao final do filme foi: eu amo Harvey Milk.

Considero o cinema uma ferramenta muito importante para a causa LGBT. Infelizmente alguns filmes e programas de tv abusam do estereótipo homossexual, colaborando com piadas homofóbicas entre o público, mas vale a pena citar alguns filmes que falam sobre amor gay da maneira a adequada: I Can't Think Straight, Desejo Proibido, Imagine Me&You, A Verdade Sobre Jane, Nunca Fui Santa... os filmes Milk e Boys Don't Cry contam histórias verídicas de assassinato e homofobia nos Estados Unidos, e especialmente Milk e I Can't Think Straight cobram que as pessoas "saiam do armário".

Eu concordo e reforço que os gays devem "sair do armário" o quanto antes, pois é passeando de mãos dadas no supermercado, abrindo o jogo no trabalho, na família, na escola e até em papo de elevador que mostramos às pessoas que não somos uma aberração, que temos uma vida normal, que temos nossa fé, e mostramos também que o problema não está em nós, e sim na sociedade em geral que pensa tanto em sexo. O mundo precisa entender que antes de descobrir que somos homossexuais descobrimos que somos homoafetivos, não somos gays apenas por causa do sexo, e sim porque sentimos amor por alguém igual a nós.

A Lika e eu moramos juntas desde março de 2010, somos um casal assumido desde que nos conhecemos, em 2008, mas nem sempre foi fácil falar e demonstrar nossa orientação. Aos 15 anos vivi um inferno quando minha mãe descobriu que eu estava apaixonada por uma garota, tentei namorar uns caras pra amenizar o clima com ela, mas chegou uma hora que ficou impossível negar o que eu sentia, então decidi ficar somente com meninas. Aos poucos minha mãe foi aceitando minhas namoradas, principalmente por perceber que eu não gostava de farra, sempre busquei namoros estáveis.

Muitas pessoas relacionam o mundo gay à promiscuidade e acredito que fui responsável por mudar esse preconceito na minha mãe. Hoje a minha família não apenas aceita, mas respeita e admira o meu relacionamento. A minha avó materna, por exemplo, adora a Lika e refere-se a ela sem problema algum como "namorada da Carina". Infelizmente não tenho a mesma liberdade com minha avó paterna. Ela sabe que sou lésbica mas nunca conversamos sobre o assunto. Dia desses ela soltou uma frase que me embrulhou o estômago: "Não gosto de ler a Folha de São Paulo porque dá pra perceber a maldade dos homossexuais que nela escrevem." Mas deixa pra lá, preferi não bater de frente com o preconceito tão arraigado de uma senhora com mais de 70 anos.

Tenho convicção de que a melhor forma de lutar contra a homofobia é assumindo o que somos para todo o mundo. Devemos expor nossa homoafetividade sem medo e falar sobre isso de forma natural, pois é através da convivência com o mundo gay que a sociedade aprenderá a nos respeitar. Por isso eu convido as pessoas que lerem este post a "fazerem o outing" (como diz Betina Botox do Terça Insana) e aos já assumidos, que incentivem os amigos a sair do armário.

3 comentários:

Títi disse...

meninas, muito legal o blog!! adorei o cantinho! bjos

Alice disse...

aii vu assistir! Imagine me and you é praticamente a minha história, tirandoa parte dela ter chegado a se casar.. hahaha São liindas demais!
Enfim, amei o blog! beijos

L.L disse...

Muito legal o blog e esse post está perfeito!! O vídeo... caramba, ficou lindíssimo!!!!

parabéns.

De Qualquer Maneira!